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Dá Deus nozes, a quem não tem dentes.
Da discussão nasce a luz.
Dá duas vezes, quem prontamente dá.
Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro.
Dádiva de ruim, a seu dono se parece.
Dar a César o que é de César, dar a Deus o que é de Deus.
De boas intenções, está o Inferno cheio.
De Espanha, nem bom vento nem bom casamento.
De lautas ceias, estão as sepulturas cheias.
De livro fechado, não sai letrado.
De manhã a manhã, perde o Carneiro a lã.
De manhã ao monte, de tarde à fonte.
De médico e de louco, todos temos um pouco.
De noite todos os gatos são pardos.
De pequenino é que se torce o pepino.
De rico a soberbo, não há palmo inteiro.
De S.ª Catarina ao Natal, um mês igual.
Defeitos do meu amigo, lamento mas não maldigo.
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer.
Depois da batalha aparecem os valentes.
Depois da tempestade vem a bonança.
Depois de casa roubada trancas à porta.
Depois de S. Vicente já se pode enganar toda a gente.
Depois do burro morto, cevada ao rabo.
Depressa e bem, há pouco quem.
Desmanchar e fazer tudo é fazer.
Deus ajuda quem trabalha, que é o capital que menos falha.
Deus ajudando vai em Julho mereando.
Deus dá o frio conforme a roupa.
Deus é bom e o diabo não é mau.
Deus escreve direito, por linhas tortas.
Deus nos livre dos maus vizinhos de ao pé da porta.
Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce.
Deus vê o que o Diabo esconde.
Devagar se vai ao longe.
Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
Dezembro frio, calor no estilo.
Dia de S. Barnabé, sega-se a palma do pé.
Dia de S. Silvestre, quem tem carne que lhe preste.
Dinheiro compra pão, mas não compra gratidão.
Dinheiro e santidade, a metade da metade.
Dinheiro emprestado, anda mal parado.
Dinheiro emprestaste, inimigo criaste.
Dinheiro esquecido, nem é pago nem agradecido.
Dinheiro não traz felicidade.
Diz o roto ao nu: porque não te vestes tu?
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
Do Natal à Sta. Luzia, cresce um palmo em cada dia.
Do trabalho e experiência, aprendeu o Homem a ciência.
Dos 15 aos 20, caso com quem o meu pai quiser; dos 20 aos 25 é com quem eu quiser; depois dos 25, venha quem vier, não fica sem mulher.
Dos enganos vivem os Escrivães.
Dos Santos ao Natal, é Inverno natural.
Duro com duro, não faz bom muro.

E

É mais fácil prometer que dar.
É tarde para economia, quando a bolsa está vazia.
Em Abril águas mil.
Em Abril queima a velha o carro e o carril.
Em Abril, cada pulga dá mil.
Em Abril, lavra as altas, mesmo com água pelo machil.
Em Abril, vai onde deves ir, mas volta ao teu cuvil.
Em Agosto, antes vinagre do que mosto.
Em Agosto, nem vinho nem mosto.
Em Agosto, Sardinhas e mosto.
Em ano chuvoso, até o diligente é preguiçoso.
Em ano geado, não há pão dobrado.
Em casa de ferreiro, espeto de pau.
Em casa de Gonçalo, pode mais a galinha que o galo.
Em casa em que não há pão todos ralham e ninguém tem razão.
Em Dezembro, treme de frio cada membro.
Em dia de festa a barriga atesta.
Em dia de S. Matias, começam as enxertias.
Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.
Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
Em Janeiro saltinho de carneiro.
Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.
Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar.
Em Janeiro, cada Ovelha com seu Cordeiro.
Em Janeiro, nem Galgo lebreiro, nem Açor perdigueiro.
Em Janeiro, seca a Ovelha no fumeiro.
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.
Em Janeiro, um Porco ao sol e outro ao fumeiro.
Em Maio queima-se a cereja ao borralho.
Em Maio, já a velha aquece o palácio.
Em Maio, nem à porta de casa saio.
Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Março, tanto durmo como faço.
Em Novembro, prova o vinho e planta o cebolinho.
Em Outubro sê prudente: guarda pão, guarda semente.
Em Outubro, o fogo ao rubro.
Em Outubro, paga tudo.
Em princípio de Maio, corre o Lobo e o Veado.
Em Roma, faz como os Romanos.
Em Setembro, ardem os montes, secam-se as fontes.
Em tempo de Figos, não há amigos.
Em tempo de guerra todo o buraco é trincheira.
Em tempo de guerra, não se limpam as armas.
Em terra de cegos, quem tem um olho é Rei.
Enquanto se capa, não se assobia.
Enquanto se cava na vinha, não se cava no bacelo.
Entradas de Leão, saídas de Sendeiro.
Entre marido e mulher não metas a colher.
Entrudo borralheiro, Páscoa soalheira.
Escândalo aparta amor.
Escuta cem vezes, e fala uma só.
Escuta o conselho dos outros e segue o teu.
Espera de teus filhos o que a teus pais fizeres.
Este mundo é uma bola; quem anda nela é que se amola.

F

Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém.
Fala-se no diabo e aparece-lhe o rabo.
Falai no mau, aparelhai o pau.
Falar sem cuidar, é atirar sem apontar.
Faz da noite, noite; e do dia, dia e viverás com alegria.
Fazer bem a vilão ruim é lançar água em cesto roto.
Feno alto ou baixo, em Junho é cegado.
Fevereiro é dia, e logo é Santa Luzia.
Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.
Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.
Fevereiro recouveiro, afaz a perdiz ao poleiro.
Fia-te na Virgem e não corras e logo vês o trambolhão que levas.
Fiandeira não ficaste, pois em Maio não fiaste.
Fidalgos, galgos e pardais são três espécies de animais.
Filho de burro não pode ser cavalo.
Filho de peixe sabe nadar.
Filho és pai serás, conforme fizeres assim acharás.
Filho que pais amargura, jamais conte com ventura.
Filho sem dor, mãe sem amor.
Filhos criados, trabalhos dobrados.
Filhos das minhas filhas, meus netos são. Filhos dos meus filhos serão ou não.
Flor ao peito, asno perfeito.
Formosura, pouco dura.
Fui a casa da minha vizinha, envergonhei-me; vim para a minha e governei-me.