N-P

N

Na casa cheia, depressa se faz a ceia.
Na casa deste homem, quem não trabalha não come.
Na casa onde há dinheiro deve haver um só caixeiro.
Na necessidade prova-se a amizade.
Na prisão e no hospital, vês quem te quer bem e quem te quer mal.
Na terra onde fores viver faz como vires fazer.
Não acordes o gato que dorme.
Não adianta chorar sobre o leite derramado.
Não contes os pintos senão depois de nascidos.
Não cresce erva em caminho calcado.
Não dá a bota com a perdigota.
Não deites foguetes antes da festa.
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Não desejes mal a ninguém, que o teu mal pelo caminho vem.
Não é bom o mosto colhido em Agosto.
Não é com vinagre que se apanham moscas.
Não é por grandes orelhas que o burro vai à feira.
Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo.
Não faças nada antes de consultar a almofada.
Não há amor como o primeiro.
Não há atalho sem trabalho.
Não há ausentes sem culpas, nem presentes sem desculpas.
Não há bacorinho sem seu S. Martinho.
Não há bela sem senão.
Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.
Não há boa terra sem bom lavrador.
Não há duas sem três.
Não há Entrudo sem Lua Nova nem Páscoa sem Lua Cheia.
Não há fome que não dê em fartura.
Não há fumo sem fogo.
Não há guerra de mais aparato do que muitas mãos no mesmo prato.
Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro.
Não há maior amigo do que Julho com seu trigo.
Não há mal que bem não traga.
Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe.
Não há mau tempo senão quando faz vento.
Não há mês mais irritado do que Abril zangado.
Não há onde o filho fique bem, como no colo da mãe.
Não há pior cego do que aquele que não quer ver.
Não há regra sem excepção.
Não há roca sem fuso.
Não há Sábado sem Sol, nem Domingo sem Missa, nem Segunda sem preguiça.
Não hajas dó de quem tem muita roupa e faz má cama.
Não mates mais do que podes salgar.
Não medram as galinhas onde a raposa mora.
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu.
Não ponhas o carro à frente dos bois.
Não se deve contar com um ovo quando ainda está dentro da galinha.
Não se falar ao mestre do que ele ensina mal.
Não se fazem omeletes sem partir ovos.
Não se foge ao destino.
Não se pescam trutas a bragas enxutas.
Nao se pode ter sol na eira e chuva no nabal.
Não suba o sapateiro além da chinela.
Não te rias da caveira, que um dia nela te vais tornar.
Não ter eira nem beira, nem raminho na figueira.
Não tira bom resultado, quem vai onde não é chamado.
Não tornes por detrás, pois é fraqueza desistir-se de coisa começada.
Nas costas dos outros se vêm as nossas.
Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.
Natal a assoalhar e Páscoa ao mar.
Natal à segunda-feira: Lavrador alarga a eira.
Natal na praça e Páscoa em casa.
Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.
Nem mesa sem pão, nem exército sem capitão.
Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.
Nem sempre, nem nunca.
Nem só de pão vive o homem.
Nem tudo o que abana cai.
Nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que alveja é prata.
Nem tudo o que vem à rede é peixe.
Neve em Fevereiro, presságio de mau celeiro.
Nevoeiro de S. Pedro, põe em Julho o vinho a medo.
Nevoeiro na serra, chuva na terra.
Ninguém está bem com a sorte que tem.
Ninguém se ria com o mal do vizinho, que o seu pode vir a caminho.
Ninguém toque na ferida quando ainda sangra e está dorida.
Ninho feito, Pega morta.
No amor, quem foge é o vencedor.
No aperto do perigo, conhece-se o amigo.
No Carnaval ninguém leva a mal.
No dia da cozedura, até as aranhas ficam fartas.
No dia de S. Lourenço vai à vinha e enche o lenço.
No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho.
No dia de S. Martinho, mata o teu porco e prova o teu vinho.
No dia de S. Martinho: lume, castanhas e vinho.
No dia de Santiago pinta o bago.
No dia de Santiago vai à vinha e prova o bago.
No meio está a virtude.
No melhor pano cai a nódoa.
No minguante de Janeiro, corta o madeiro.
No Natal à janela, na Páscoa à panela.
No Outono o Sol tem sono.
No poupar é que está o ganho.
No princípio ou no fim, costuma Abril a ser ruim.
No S. João, a sardinha pinga no pão.
No tempo do cuco, tanto está molhado como enxuto.
Noite aqui, noite em casa.
Norte frio, água no rio.
Nunca de corvo bom ovo.
Nunca digas desta água não beberei.
Nunca falta um chinelo velho para um pé manco.
Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.

O

O alheio chora o seu dono.
O barato sai caro.
O Bem soa; o Mal, voa.
O bom filho à casa torna.
O bom julgador por si se julga.
O bom junto ao pequeno fica maior, e junto ao mau fica pior.
O cão com raiva, do seu dono trava.
O casamento e a mortalha no céu se talha.
O descuidado sempre é necessitado.
O Diabo cobre com uma manta e descobre com um chocalho.
O fraco ofendido atraiçoa e o forte perdoa.
O fruto proibido é o mais apetecido.
O futuro a Deus pertence.
O ganho e a lazeira andam de feira em feira.
O hábito não faz o monge.
O ladrão volta sempre ao local do crime.
O mal e o bem à face vem.
Ó mar alto, ó mar alto, ó mar alto sem ter fundo; mais vale andar no mar alto do que nas bocas do mundo.
O mau é ter mais olhos do que barriga.
O medo guarda a vinha.
O Melão e a Mulher são maus de conhecer.
O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.
O morgado e a morgada e o resto da manada não prestam para nada.
O necessário deleita, o desnecessário atormenta.
O novo por não saber e o velho por não poder deitam tudo a perder.
O olho do dono, engorda o cavalo.
O pouco basta, e o muito se gasta.
O primeiro milho é para os pardais.
O prometido é devido.
O que a água dá, a água levará.
O que anda a cavalo vive pouco; e o que anda a pé, contam-no por morto.
O que é demais, molesta.
O que está feito, feito está.
O que não mata, engorda.
O que não tem remédio, remediado está.
O que o juízo dos pais acumula, a loucura dos filhos desbarata.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
O que para uns é mel, para outros é fel.
O que tem de ser, tem muita força.
O rabo, sempre cheira ao que larga.
O Robalo, quem o quiser há-de escamá-lo.
O Saber não ocupa lugar.
O segredo é a alma do negócio.
O seguro morreu de velho.
O seu a seu dono.
O Sogro e o Furão só dão interesse debaixo do chão.
O sol quando nasce é para todos.
O Surdo faz falar o Mudo.
O tempo é o melhor Juiz de todas as coisas.
O tempo em Fevereiro enganou a Mãe ao soalheiro.
O tempo perdido nunca se recupera.
O trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco.
O último a rir é o que ri melhor.
O Verão colhe e o Inverno come.
O Vinho e o Amigo, do mais antigo.
Obra de vilão, deitar pedra e esconder a mão.
Ofende os bons quem poupa os maus.
Olhar para a uva não mata a sede.
Olho azul em português não é sinal de boa rês.
Olho por olho, dente por dente.
Olhos que não vêm, coração que não sente.
Oliveira de meu avô, Figueira de meu pai, vinha que eu plantar.
Onde fores ter, faz como vires fazer.
Onde se chora não cantes.
Onde vai o emprestado, que venha remediado.
Orelha de homem, nariz de mulher e focinho de cão, nunca viram o Verão.
Os amigos são para as ocasiões.
Os cães ladram e a caravana passa.
Os dias do Natal são saltos de pardal.
Os erros dos médicos a terra os cobre.
Os homens não se medem aos palmos.
Os males dos nossos avós, fazem-no eles e pagamo-los nós.
Os olhos pedem mais do que a barriga aguenta.
Ouriços do S. João são do tamanho dum botão.
Ouro adquirido, sono perdido.
Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Outubro suão, negaças de Verão.
Ouve tudo bem, diz o que lhe convém.
Ovelha que berra, bocado que perde.

P

P'lo S. João, Perdigoto na mão.
P'lo S. Mateus, pega nos bois e lavra com Deus.
P'ra trás, mija a burra.
Paga o justo pelo pecador.
Pagar e morrer, é a última coisa a fazer.
Pai rico, filho nobre, neto pobre.
Pais galegos, filhos barões, netos ladrões.
Pais impertinentes fazem filhos desobedientes.
Palavra de Rei, não volta atrás.
Palavras de mel, coração de fel.
Palavras, leva-as o vento.
Panela velha faz boa sopa.
Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que espirre para os olhos.
Pão proibido abre o apetite.
Pão que sobre, Carne que baste e Vinho que falte.
Para a fome não há mau pão.
Para baixo todos os Santos ajudam.
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Para dar e para ter, muito rico é preciso ser.
Para ensinar, é preciso aprender.
Para grandes males, grandes remédios.
Para Junho guarda um toco e uma pinha, e a velha que o dizia guardados os tinha.
Para lá do Marão, mandam os que lá estão.
Para mal que hoje acaba, não é remédio o de amanhã.
Para ovos frigir, temos de os partir.
Para palavras loucas, orelhas moucas.
Para parte de Fevereiro, guarda lenha de Quinteiro.
Parar é morrer.
Páscoa alta, chumbo na malta.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Pássaro do campo cedo madruga.
Patrão fora, dia santo na loja.
Pau deitado não chama trovoada.
Pedir a avarento, é caçar no mar.
Pedra que rola, não cria musgo.
Peixe não puxa carroça.
Pela boca morre o peixe.
Pelas costas dos outros se vêm as nossas.
Pelo andar da carruagem vê-se logo quem lá vai dentro.
Pelo S. Martinho todo o mosto é bom vinho.
Pelo S. Martinho, deixa a água pró moinho.
Pelo S. Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho.
Pelo S. Matias começam as enxertias.
Pelo Santiago, cada pinga vale um cruzado.
Pelo voo se conhece a ave.
Pelos Santos neve nos campos.
Pelos Santos trigo semeado, fruto arrancado.
Perdido por cem, perdido por mil.
Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro.
Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.
Podar em Março é ser madraço.
Polidez, pouco custa e muito vale.
Por casar nunca ninguém ficou, não foi com quem quis, foi com quem calhou.
Por cima de melão, vinho de tostão.
Por falar se ganha, por falar se perde.
Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera.
Por S. Gil, adoba teu candil.
Por S. Mateus faz conta das ovelhas que os borregos são teus.
Por S. Matias, noites iguais aos dias.
Por S. Simão e S. Judas colhidas são as uvas.
Por S. Vicente, toda a água é quente.
Por Santa Maria de Agosto repasta a vaca um pouco.
Porcos com frio e homens com vinho fazem grande ruído.
Pouco a pouco fia a velha o copo.
Pouco e em paz muito se faz.
Poupar enquanto há; não havendo, poupado está.
Preso por ter cão e preso por não ter.
Presunção e água benta cada qual toma a que quer.
Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno.
Primeiros trovões e relâmpagos, fertilidade de frutos e esterilidade de campos.